domingo, 8 de maio de 2011

Meu Dia das Mães


Antes de dormir tive que acordar, aliás, levantar. Era uma serenata em minha porta. Nem era para mim, mas foi por mim que chamaram para abrir as portas da frente para que o som entrasse com maior potencia e em um volume pertinentemente ensurdecedor para o horário. Era aquela música repetitiva, daquele cantor que eu tenho uma repulsa pessoal, detestável.

‘Quem contratou? Quem está perturbando o silêncio tranqüilo de pessoas que alguns dias pouco conseguem dormir, quando conseguem?’

É dia das mães e só queriam demonstrar o carinho pela Senhora deste Lar nesse dia, de forma meio sem noção, meio estampado demais para quem quer ficar no anominato por algum tempo indeterminado. Mas todo o sentimento egoísta talvez, que preenche cada pessoa dessa casa é a saudade de um pai.

Na escuridão, conseguir achar o interruptor para sinalizar aos “Romeu’s” com carro de som, que já poderiam parar com as convocações no alto-falante. E ao me dirigir à presenteada, recebi como resposta um sinal de negação a aparição e um agradecimento em meio a lágrimas.

Senti vontade de fechar as portas e voltar a minha cama quente. Mas tinha como obrigação justificar a ausência tão esperada. Fui consumida por uma reação incontrolável. As lágrimas voltaram a banhar meu rosto. Os soluços estavam persistentes. As lembranças, trazendo toda a saudade que parecia não manifestar-se.

Fui possuída por uma saudade, a falta daquele que se foi escancarou meio a lágrimas. Lembranças de como eram a véspera desse dia, discutindo o melhor presente, indo comprá-lo juntos, entregando em meio a beijos e abraços. Poderíamos não ser uma família modelo, mas tínhamos nossos rituais em dias especiais.

Foi durante o dia me sentindo triste, vazia, com um aperto no peito, que só nesse descarrego emocional me dei conta do que realmente era aquilo que não sabia descrever ou não queria denominá-lo.

Mãe, este deveria ser um texto para diretamente homenageá-la, para descrever sua importância em minha vida, o quanto deveríamos agir diferente, o quanto deveríamos ser aquelas “melhores amigas” que todos falam. O quanto sinto falta de sentir que a amo incondicionalmente e não consigo me sentir . Deveria ser um daqueles texto que faço em desabafo para crescimento ou até mesmo, nascimento de algo bom, que nos aproxime não pela necessidade de ter que estarmos juntas para enfrentar as barreiras da vida, segurar as pontas que estão soltas, mas para nos entendermos e nos respeitarmos como mãe e filha, com todas as singularidades que existem e ainda mais, com todo o amor que Deus presenteia seus filhos.

Sei que não esta sendo fácil, que não será por muito tempo ainda, mas não precisamos nos ausentar ao compartilhamento dessa dor. Deus tem para nos, propósitos diferentes. Saibamos entender e viver eles em sua sabedoria e intensidade.

Que este dia seja de renascimento do significado do poder e amor de Deus em seu coração. Felicito-a!

2 comentários:

  1. Vou me abster de comentar esse texto aqui.
    Prefiro conversar com você sobre coisas que eu já sabia.. outras que não fazia idéia.. mas todas importantes também na minha vida!

    Papai do Céu os abençoe!

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  2. sabe, é até complicado comentar...
    ... faltam palavras, entendo essa dor literalmente. Mas tudo é no tempo de Deus, a saudade nunca se extinguirá mais Deus nos vai dando o conforto. Sei que não sou um dos mais presentes, mas sei que sou um dos que estará sempre ao seu lado, independente do que esteja acontecendo. Não sabes o quanto se tornou importante pra mim...
    Deus te guie!

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