terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Opostos


Certa vez, me peguei pensando o motivo pra eu amar tanto uma pessoa. Sabe qual foi minha conclusão? Conclusão alguma. Sabe por quê? Por que na verdade, não existe um único motivo para isso acontecer. E até arriscaria responder com uma palavra: Diferença. Mas também não apostaria nela com tanta certeza. Porque a diferença de hoje, pode ser a semelhança de amanhã.
Mas provavelmente, essa seria minha então conclusão no momento: A diferença. As pessoas quando se acham diferentes daquelas que amam, se for pensar por um tempo em tudo o que é diferente e como se é lidado com isso, descobre nessa diferença a certeza do amor. Teoricamente, as pessoas que pensam diferentes e sabem lidar com isso, sempre se dão melhor do que as que têm gostos iguais e tornam isso rotina. Pois aqueles que têm gostos iguais, não tem muito o que discutir sobre o outro. As opiniões na maioria das vezes são as mesmas, consecutivamente, as conclusões também. Não existe aquele momento de discordância que apimenta a relação, que nos deixa com vontade de encerrar o assunto na cama. O assunto sempre vai acabar, antes mesmo de se tornar um assunto. Nunca vai ter aquele suspiro de “que bom que você me entendeu” e sim, apenas um “que bom”. Mas não estou afirmando com exatidão que quem tem gostos iguais, não amam verdadeiramente. Estou apenas defendendo meu pensamento.
A Física explica: “Os opostos se atraem”. Isso é verdade, quando se trata de dois corpos com cargas energéticas diferentes, o que acontece com um imã com pólo negativo e pólo positivo, as cargas são diferentes, a atração é imediata. Mas não somos compostos exclusivamente de íons. Nosso campo energético abrange muito mais componentes, ainda mais complexos e imperceptíveis. São sensores que faz com que aconteça a química necessária para sentirmos cada vez mais atraídas ao outro corpo.
“Dentro de todas as pessoas existem vibrações daquilo que é desejado e vibrações produzidas pela falta do que é desejado, e tudo o que entra em suas experiências está alinhado com as vibrações dominantes. Sem exceções. Vamos introduzir a palavra harmonia. Quando duas pessoas são exatamente iguais, suas intenções não podem ser realizadas. Ou seja, aquele que quer vender não deve atrair outro vendedor. Mas a atração de um comprador produz harmonia. Quando você programa sua rádio para a frequência de 98,7 FM, você não consegue pegar o sinal da 63,0 AM porque as frequências precisam estar sintonizadas. Não existe nenhuma evidência vibrátil no Universo que confirme a teoria de que os opostos se atraem. Eles não se atraem. “ Abraham.( Do livro a “A Lei Universal da Atração”, de Esther e Jerry Hicks.)
Achei belo esse texto, com uma contradição no fim que nos faz pensar qual seria a real intensão do autor, favorecer ou não para o assunto dos opostos. Como ele da tantos exemplos de que a igualdade não se atrai e conclui com a afirmação de que isso não existe?
Mas, buscando meios para complementar meu texto, argumentos e explicação, encontrei um artigo genuinamente escrito por um Psicólogo, Flávio Gikovate, fundamentado em mais de 26 anos de experiência como psicoterapeuta, onde atentei para a seguinte argumentação:
“A principal causa do magnetismo entre opostos é, sem dúvida alguma, a falta ou diminuição da auto-estima. Quando não estou satisfeita com o meu modo de ser, procurarei alguém que seja completamente diverso. Se eu for introvertido e tímido, a tendência será me apaixonar por uma pessoa extrovertida e sem inibição. Com o tempo, o que suscitava minha admiração e era uma “qualidade” se tornará fonte de irritação, mas no início ficarei encantado. Ao “ter” o outro, “tenho” a extroversão que me faltava. Sinto-me mais completo. Tudo muito lógico na teoria. Na prática, as diferenças nos desagradam, dificultam nossas vidas, criam barreiras e resistências cada vez maiores. Elas são responsáveis pelos atritos constantes e pelas brigas “normais” entre marido e mulher. Será que são mesmo normais?”
A situação encontrada nesse caso, não passa de uma atração pelo o comportamento diferente, pelo o que é propriamente oposto. Se busco refugio do que não sou em outra pessoa, isso não se classifica como complemento e sim, como carência de determinada característica, o que implica que com o tempo, essa relação pode passar a ser um peso para o casal, levando-os a constantes momentos de atrito e desentendimento, resultando muitas vezes na separação. O Amor com certeza não é isso.
O que acontece é que, não é o fato de um ser extrovertido e o outro introvertido que os torna almas-gêmea. Isso é buscar a coragem que você não tem, em outra pessoa. Talvez funcionasse melhor em um namoro sem sérias pretensões, o que encontramos muito facilmente nos relacionamentos atuais. O que muitas vezes dá resultados a curto prazo, mas não por tempo suficiente para ser uma relação estável. Esse curto período de tempo, você passa encantado com a situação de ter uma pessoa que te dá coragem de fazer tudo o que sozinho, não faz. Proporciona-te momentos de êxtase social que sozinho dificilmente você encontraria. Você por um tempo pode achar isso fantástico, “era tudo o que eu queria”, mas quando você perceber, já não vai está agüentando tanta popularidade, tanta distinção, tanta falta de discrição. E isso passa a ser o pior dos defeitos, aquele que você achava que era o que precisava, é o ultimo que hoje desejaria ter.
Lendo mais um pouco, encontrei outro texto com uma passagem interessante, talvez a que buscava para fundamentar e dar um rumo aos meus pensamentos sobre o assunto:
“A comunicação truncada, ou a falta dela é que faz da relação um beco sem saída. Quando um casal dialoga, procurando encontrar alternativas para solucionar seus problemas,  a decisão pode ser tomada sob a responsabilidade dos dois, encontrada no código da comunicação. Só é possível atingir um objetivo, quando o casal olha para o mesmo foco, e percorrem o mesmo caminho juntos, apesar de suas diferenças íntimas e pessoais, sem acusações, sem culpas e sem agressões. Não existe uma pessoa igual à outra, somos seres individuais, únicos e formados para viver em sociedade. A diferença é que nos faz crescer e, desenvolver  as semelhanças só é possível na comunicação cotidiana.” por Alina Campos Tomaz Teixeira - Psicóloga.
Confesso: Antes de muitas coisas acontecerem em minha vida, não praticava a “comunicação do casal” de forma que conseguisse suprir certas necessidades exigidas, e com razão, pela minha namorada. Uma das nossas enormes diferenças até então. Minha dificuldade de falar sobre assuntos relacionados à nossa relação, era o que nos tornava cada vez mais diferentes, classificando nossa relação ao momento de êxtase pelo oposto. Obrigando-nos a tomar novos rumos, separadas. Era uma grande batalha que começava em meu interior, querendo falar, argumentar, explicar certas situações, mas que tomava conta de toda a minha mente, bloqueando e tornando cada vez mais difícil falar qualquer coisa. Suplicava para que aquele momento de conversa terminasse para que eu conseguisse então respirar. Mas, o fim só chegava quando ela se dava por vencida, cansada de meu silêncio e eu derrotada em uma batalha interna que me consumia cada vez mais. Hoje sei que somos sim diferentes, mas não faço disso um motivo para não tentar tornar essa diferença a menor possível, tornando nossa relação melhor a cada dia, nossa comunicação extensa e proveitosa, nossa diferenças, igualdades singulares.
Quando falam da “metade da laranja”, acredito que contam exatamente de uma pessoa que é completamente diferente de você, por que só assim existe o complemento, só assim a laranja fica completa, com outras bolsas do suco doce ou azedo, com uma camada de casca com pigmentos diferenciados, com um formato maior ou menor. Mas já somos diferentes em meio a fenótipos e genótipos, analises psicológica e pensamento, já não bastaria?
Não quando você decide entregar sua vida a uma outra pessoa, não quando sua vida está em outras mãos. Temos que estar aptos a mesmo tão diferente, se tornar semelhantes na hora de decisões conjugal. Isso não se caracterizaria como fraqueza de caráter ou nem ao menos poderia ser chamado de “barriga branca”(a pessoa que não tem vez a voz) quem o faz, mas sim, quem ama e consegue depositar certezas em uma situação sem medo ou sem culpa se não der certo. Quem consegue mudar de opinião ou argumentar de forma que faça o outro compreender que aquela outra forma poderia ser melhor e passar confiança, segurança e verdade nisso.
Amar alguém com os mesmos gostos, até que também poderia dar certo, mais sabe de uma coisa? Eu não acredito muito nisso. Porque pensar as mesmas coisas sempre, pode até ser “bonitinho” por um tempo, mas com o tempo o bonitinho se torna cansativo, acaba caindo na rotina com maior facilidade.
Bom mesmo, é pensar diferente e chegar a conclusões iguais. É gostar do sol e o outro preferir a lua. Assim, os dois conseguem completar o mundo do outro, apenas por ser capaz de mostrar o outro lado das coisas.

“Amar não é apoderar-se do outro para completar-se, mas dar-se ao outro para completá-lo. ”(Lao-Tsé)

7 comentários:

  1. Gente, arrasou!

    Vc falou bem de um assunto muito complexo, o amor em cumplicidade...sabemos q encontrar alguém q nos complete é algo quase q impossivel...o ser humano parece ter a necessidade de achar a tampa da panela, o outro lado da moeda, ou qualquer coisa q se encaixe ao seu perfil.

    Não acredito em semelhanças no amor, mas sim em cumplicidade e entrega...quando estamos com alguém buscamos caracteristicas aos quais estão em falta dentro de nós, mas isso não quer dizer q elas nos complete...

    belo texto! bjoxxxxxxxxxxxxxx no coração!

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  2. Concordo com o Diogo, em um relacionamento deve ter cumplicidade, e também li em algum blog que só amor não adiante, tem que existir coisas em comum entre um casal, pq amor não dura para sempre, o que existe é companherismo

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  3. Tentei falar da melhor forma. Até estranhei minha inspiração quanto ao conteudo do texto rs'
    não costumo ser tão complexa.. mas esse, acho que ficou legal mesmo !!! ")
    Fico muito feliz que vcs conseguiram entender e compreender o q tentei passar.

    Bjão .. obg!
    ;*

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  4. Gostei do Lao-Tsé! =B

    O que foi mesmo que li?
    'Não costumo ser tão complexa'?? rss huum.

    Bom, o texto, pra variar, tá show!
    Diferenças, Teses, Equações. Nada disso justifica absolutamente nada.
    Tudo muito bom, tudo muito bonito. Mas a verdade é que cheiro, pelo, olhar... essas coisas não justificam apenas, elas SÃO!

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  5. né!? rs'
    oow.. tenho meus momentos lesa.. na maioria das vezes, pelo menos ainda n me acostumei com meu lado intelectual aflorado! rs' >.<

    ./adocontra.. ¬¬' kkkk'
    Mas, ta coberta de razão.. n adianta ter teorias estudadas e textos comprovados, se o mais importante é a 'química propriamente dita'. rs'
    Afinal, se não rolar a química, nem rola! kkkkk'

    surprienda-me sempre
    ;*

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  6. Preciso da réplica! rs

    De forma alguma acho que 'cheiro, pelo, olhar' se resume a 'química propriamente dita'.
    Não. É muito mais que isso.
    É sintonia.
    É paz de espírito ao estar perto.
    É porto seguro.
    É saudade/vontade...
    É tanta coisa!!!

    rum

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  7. rs'.. argumentoos.. estou sem, agora! rs'
    Verdade, acho q interpretei exatamente seu comentario!

    É tanta coisa, que nem a química, física, psicologia.. nada disso seria capaz de definir com perfeição o que é isso, afinal!

    ;*

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